sábado, 15 de dezembro de 2007

...UM PAI NATAL COMO HÁ MUITOS...

Encontrei alguém que me dizia ser irmão gémeo do Pai Natal.

Gémeo não será o termo exacto, embora haja gémeos falsos e dos mesmos pais...

Ora, este Pai Natal sendo gémeo numas coisas não poderá sê-lo noutras.

Não terá barbas brancas, não terá toda a sua generosidade por razões compreensíveis, não poderá "realizar" os sonhos que alimentam os natais daqueles que acreditam em alguma coisa. Este " pai natal" de carne e osso, tem-me seguido qual sombra, é chefe de família, bom marido, bom pai de filhos, homem trabalhador e cumpridor de todas as suas obrigações enquanto cidadão, um homem igual a tantos e tantos anónimos que habitam o planeta Terra.

No hoje, amanhã e depois de tanta " perseguição" dessa sombra, acabei por me confrontar com ele. Bondoso como o Pai Natal do nosso imaginário, mas com um saco enorme cheio de desejos, alguns utópicos, mas com uma montanha de preocupações em relação aos mais próximos que o rodeiam e que fazem parte da sus família. As prendas que gostava de distribuir são diferentes: Nem bonecas, nem bicicletas, nem tão pouco jogos ou "Game-Boys", muito menos bolas ou coisas assim que enchem as montras de qualquer loja duma qualquer rua duma qualquer cidade.

Esta alma gémea, que diz ser do Pai Natal não tem sequer um trenó para se deslocar, antes precisa de despertar cedo e correr atrás dos transportes públicos, mesmo quando as greves retardam a chegada ao emprego, muitas vezes precário. Não almoça em casa, porque é mais barato comer uma sandes e uma peça de fruta , mas só uma, note-se, porque também o intervalo para a refeição é apertado e exige que cumpram outras importantes obrigações.

Esquece, ou faz por isso, a hora do lanche pois daí a pouco são horas de regresso a casa, com o inevitável desvio para recolher as crianças no infantário e, para as quais nunca poderá faltar seja o que for, muito menos um beijo terno e carinhoso. Para eles e para a sua consorte, acabada de chegar da fábrica, carregada com uma saca cheia de nada e uma conta da mercearia longa como as suas consumições...

As prendas de Natal ainda não foram feitas. É que a chaminé da casa é estreita como o orçamento mensal e a lareira tem estado apagada porque há outras opções mais prioritárias. Mas, quem sabe, pode acontecer que alguma coisa ainda sobre no deve e haver das despesas. Quem sabe um pequeno milagre...

É que os miúdos estão à espera dessa noite mágica e o Pai Natal das barbas não lhes fará a desfeita de passar ao lado.

Fica a dúvida em saber se sim ou não, se recebeu as cartas escritas a tempo, sob o risco de o código postal ser o mesmo porque as prestações para o apartamento são prioridade absoluta, quando não, até o emprego terá os dias contados por uma qualquer falência, um qualquer arresto ou despejo, um qualquer corte nas encomendas...

É assim, amigo pai natal que me persegues como a sombra. É esta a vida que temos. É esta a realidade que, aqui e ali, se abate num qualquer lar português.

A tua história, a tua sombra, a tua imagem é igual à de tantos e tantos pais, que também o sendo no Natal, também o são durante todo o ano !

sábado, 8 de dezembro de 2007

...Há dias pela manhã...

Hoje, foi daqueles dias em que não me apetecia ter acordado. Não vou dizer que o sono foi repleto de sonhos, ou evidenciar o facto de ter dormido aquilo que é essencial ou referir também, como de costume, que dormi muito bem acompanhado. Isto é, fi-lo com a minha consciência muito tranquila e leve (aliás como tem sido habitual) e desde que me conheço. Há, porém excepções que confirmam as regras .

Ganhei o bom hábito, acho eu e depende das interpretações, de acordar muito cedo, ao ponto de quase ver, em simultânoe a luz do sol a pontuar o novo dia e a luz da lua que se vai despedindo da viagem nocturna que-coberta ou encoberta-faz nas suas eternas quatro fases.

A lua que também tem as costas largas, pois já foi visitada(?) e suportou (?) a intromissão do homem nos anos 70, faz com que a sua luz sirva de inspiração para muitos poemas, regula o tempo meteorológico e até , imaginem, serve para que nos apercebamos se alguém está no seu perfeito juizo quando se diz:-" Fulano não tem as luas todas, temos que o desculpar", ou "- Coitado, nasceu com o rabo virado para a lua, é uma criatura cheia de azar..."

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Claro que dormir para além do necessário é enorme desperdício já teremos tempo suficiente para o fazer quando partirmos desta para melhor...

Há dias assim, quando nada nos apetece fazer, nada nos apetece escrever, quando procuramos cumprir promessa antigas de aparecer neste espaço. Mas, veja-se o que pode acontecer se tivesse ficado entregue ao descanso nos braços de Morfeu:

-Não teria visto o fenómeno astral com o " render da guarda" entre o sol e a lua, não estaria acutalizado em relação àquilo que se passa à nossa volta, nem sequer poderia tomar um pequeno almoço que se exige seja substancial porque até dormindo, o estômago vai fazendo o seu trabalho.

Nestas coisas de nos darmos à preguiça, é tudo uma questão de motivação, bem sabendo que faz frio, bem sabendo que vai chovendo. Precisamos ser sempre mais fortes que qualquer tipo de vício.

E, como se constata, apetecia-me, mas fui capaz de cumprir o hábito de cedo erguer, porque também cedo me recolho . É que, dormindo, acabamos por ficar sós, entregues àquilo que possa acontecer, sem sermos donos e senhores da nossa vontade, da nossa personalidade. Só se, durante esse período de "ausência" tivessemos sonhos cor-de-rosa...

Há dias assim, em que os apetites não são os melhores pois ,mesmos saltando para este tipo de confecionário pode haver alguém que me visite (leia)e diga:-"Esta gajo, hoje, não tem piada nenhuma parece que nasceu com o rabo virado para a lua, ou terá apanhado muito sol na moleirinha, quem sabe se não terá as luas todas, ninguém percebe o que quer, temos é que desculpá-lo, era preferível ter ficado a dormir..."

Enfim e resumindo, posso repetir aqui uma frase antiga, muito gasta mas actual :"HA DIAS DE MANHÃ, QUE UM HOMEM À TARDE, NUNCA DEVE ERTAR ACORDADO À NOITE "...

sábado, 1 de dezembro de 2007

...DESCULPAS !!!???!!!...

Voltei !!!

Ganhei coragem e regressei duma longa letargia. Um mês, nem mais...

Falho de ideias, sem inspiração, pouco motivado e sempre com grande vontade de dormir, acabo também por pagar os resultados daquilo que é realmente a vida.

E, como já ouvi dizer : -"Que interessa estarmos vivos se não conseguimos viver?"

Tentei várias vezes entrar em cena, sentei-me frente às teclas deste computador, mas nada...

Entre 1 de Novembro e 1 de Dezembro, dias curtos, noites longas, frio capaz de enregelar a alma, ano a aproximar-se do seu final, necessidade de puxar-mos o filme atrás para medir os prós e os contras daquilo que vamos fazendo...

...Era já noite cerrrada, dizia o filho para a mãe:-" Debaixo daquela escada está uma LUZ APAGADA que não alumia ninguém..."

Ninguém, somos todos, que só conseguimos ver a "LUZ" que pode iluminar as nossas vontades, os nossos espíritos e até as nossas almas...muitas vezes quando queremos e nos convém...

Hoje, já noite, consigo ver alguma claridade à minha frente porque a voz da consciência também serve para alguma coisa.

Apesar de tudo, ainda tive ideias soltas, coisas com e sem grande sentido.

Procurei juntá-las, espremê-las, transcrevê-las , fazer delas desabafos para que o coração não bata mais célere.

Mas, não há dia nenhum que me sinta totalmente só . Ainda há gente boa com quem troco conversas de circunstância e que, pelo menos minimizam alguma frustração por estar a faltar a um compromisso como é este de abrir a minha intimidade e transmitir desabafos e delírios...

Não quero jurar solenemente, mas vou "aparecer" mais vezes...

"Volto já"...porque também sou mortal, e tenho necessidades...
É já alta madrugada, há muitas luzes apagadas, dorme o filho e dorme a mãe, novo dia vai chegar...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

...QUANTAS VEZES...



Às vezes, muitas vezes..
Fecho os olhos quando sinto desejo de ver o sorriso mais bonito mas mais triste desta vida.
Às vezes,
A minha memória é o cofre que guarda uma fortuna em recordações...
Às vezes, também tantas desilusões...
E, às vezes, quantas vezes a vida nos tem sido madrasta ?
Quantas vezes, porque às vezes, lhe sorrimos, porque a vida também é sorrir, nem sempre é chorar.
E tu, vezes e vezes, porque consegues enganá-la, podes ajudar-me a sonhar.
Tu, a guardiã do castelo desses nossos sonhos,
Sonhos que são a nossa felicidade, tantas vezes !
E, mesmo quando algumas vezes, cambaleamos ao querer dessa vida fugir,
Ficamos sem nos deixar-mos cair,
Falamos sem ninguém nos ouvir,
Ás vezes, muitas vezes
Também fechamos os olhos para poder sorrir
Dizer à vida que QUEREMOS EXISTIR !!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

...FUGAS...

Vi-te passar, fugias...



Corrias, sem poder olhar, para o mundo que um dia



Começamos a respirar.



Fiquei parado, e sabia



Um dia irias passar, no lugar das nossas vidas...



Pensei voar , erro meu, para te poder alcançar,



Era inútil, que utopia,



Fugias, porque sempre foges, dos sítios onde não posso estar...



E quando alguém como tu , consegue sempre fugir, não adianta tentar, nem adianta chamar...



Resta apenas chorar , resta apenas esperar que um dia , precises de respirar.



Espero sempre que voltes. Porque sei, hás-de parar



Nem que seja num momento, num dia que vai chegar.



Nessa hora, finalmente, verei teus olhos brilhar, nem que seja num suspiro, de corações a lutar...



Corações desesperados, fartos de tanto esperar



Rebentam dentro do peito,



Resistem ao grande defeito, em nunca quereres parar.

Na viagem que fazemos, às vezes em sentidos opostos

Pensa sempre nos desgostos, que me podes causar.

Pensa sempre que fugindo, nunca poderás evitar , mesmo por um instante,

A alegria do teu olhar.

Vi-te passar, e paras-te.

Sentiste não poder fugir

Passavas por mim, era dantes

Só pensas em respirar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

..."É o fartar vilanagem..."

Um amigo de infância, que previligia, aqui e ali os prazeres de bem comer e melhor beber, alma aberta e coração de ouro, mas sem nunca perder as lucidez, numa das muitas conversas que mantemos, concordava comigo quando lhe afirmava andarem por aí a dizer que "isto" está mau...
Quando digo "isto", refiro-me, naturalmente a tudo que se relaciona com o aspecto monetário.
O dinheiro é a mola impulsionadora de todas as reacções que lhe estão directamente ligadas, sendo o principal motivo das boas ou más disposições do ser humano, é ele que regula as feições dos rostos das pessoas, até as suas formas de olhar seja o que for e para onde for.
Se o dinheiro não nos causa problemas ou ajuda a resolvê-los , há sorrisos nos lábios, caras abertas,
olhares doces e meigos, disponibilidade para com os outros, até educação e boas maneiras, ao contrário, se o vil metal escasseia, se as contas ficam por pagar e se o fim do mês ainda vem longe, há olhares distantes e tristes, rostos fechados e carrancudos, para não falar em casos mais extremos...
Porém, uma coisa é aquilo que todos dizem, outra coisa é aquilo que todos fazem e passa por uma realidade que o não é, antes todo um artifício que leva a pensar que somos gente em País farto. Paradoxo, ou não, somos povo rodeado de fartura. Senão vejamos:
Em qualquer lado se ouve dizer que há maridos fartos das esposas, sendo o contrário ouvir-se também. Os pais queixam-se fartos dos filhos pela falta de cumprimento dos principios éticos e da boa educação que lhes ensinaram. Estes, dizem-se fartos dos pais porque são demasiado exigentes.
Cá fora, e se repararmos no que nos rodeia, a fartura cresce de tom. Fartámo-nos de correr para chegar a tempo ao emprego. Fartámo-nos de trabalhar e o salário nunca é uma fartura farta, fartámo-nos de dormir depressa, porque as horas fartam-se de voar. Fartámo-nos de mastigar comida farta de produtos quimicos.E em pleno século XXI ainda continuamos fartos de tanto primitivismo numa sociedade farta de oportunistas, até naquilo que parece mais insignificante.
Apetece, portanto, gritar, raiando a heresia, que até os deuses devem estar fartos daquilo que o instinto animalesco dos homens provoca na procura das suas farturas.
Nestas coisas de fartura, O HOMEM É O PIOR INIMIGO DO HOMEM. Porque , quem tem muita fartura cada vez se preocupa em ser mais farto. Por outro lado, quem está farto de nada, farta-se de esperar que alguém se farte de ser egoísta, egocentrista, desgovernado e desavergonhado.
E aquilo que nos querem oferecer das suas farturas é intragável, provoca indigestões, mau estar, contracções num estômago social que ameaça rebentar com tanta fartura.
Valha-nos, para disfarçar, porque também somos capazes de mostrar o que não somos, que os nossos sonhos se enchem de ar e de vento e nunca desaprendemos de assobiar quando a fartura nos passa ao lado sem a conseguirmos agarrar...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

.."ELES NÃO SABEM NEM SONHAM..."

Em 25 anos muitas coisas acontecem na vida de qualquer pessoa.

Coisas há que marcam os nossos sentimentos, ao contrário, coisas houve que se varreram das nossas memórias. Ou por pouco importantes ou, e isso é indesculpável, porque delas nos esquecemos.

Adriano Correia de Oliveira morreu há um quarto de século. Outubro de 1982, dia 16.

Aprendi a respeitá-lo , a admirá-lo , e, principalmente , a tentar compreender sempre a sua menságem, vários anos antes. Em 1969 e 1970. Em África, Moçambique mais concretamente. Guerra colonial no seu auge. Já com ventos de mudança a soprarem quase de uma forma indelével...porque Adriano era ouvido, em silêncio, em recolhimento profundo, por uma geração que , quase sem saber como, era atirada para uma" luta " que só poderia ter um "vencedor": -A LIBERDADE !!!

A liberdade que também nós queríamos ....a liberdade de "ter sempre o mundo na mão"...

A liberdade que nunca deixou de ser nossa porque " não há machado que corte a raiz ao pensamento"...

Adriano e os outros-Zé Afonso, Padre Fanhais, Duarte e Ciriaco, Manuel Alegre, Manuel Freire, Vitorino, Zé Mário Branco e tantos outros que também, e à sucapa, ouvíamos nas casernas perdidas duma terra que "ficava do outro lado do mar". A terra de onde "muitos soldadinhos não voltaram" , e que hoje, como eu, prestariam uma singela , mas muito sentida homenagem ao trovador " das trovas do vento que passa"...

Ontem como hoje , amanhã mais que nunca , Adriano Correia de Oliveira, e as lembranças desse inesquecível antigamente , fará parte das vidas de quem NÃO DESEJA " que outros comam tudo e não deixem nada "...

domingo, 14 de outubro de 2007

...A grande viagem da nossas vidas...

"... E vós "cardeal" alguma vez amaste ?...

Oh sim, amei ! Era uma bela e pura donzela. Boca pequena, boca bela. Mas o pai, aquele estupor, casou-a com um "lavrador"

...E vós "cardeal" nunca mais a viste?...

Oh sim, vi-a, com um homem alto e "machacaz" que a tratava sempre à bruta...aquele filho da p...

...E vós "cardeal" o que sentiste?..."



Perdem-se na nossa memória momentos íntimos, que nunca partilharemos com ninguém...

Guardamos, porque fazem parte de nós próprios, momentos que só a morte apagará, mas que farão parte da grande viagem das nossas vidas, como é aquela que faremos do nascimento até à morada eterna. Aquela que será a última morada dum corpo, aparentemente forte, mas suficientemente vulneráve, frágil, às vezes indefeso, porque nunca temos a coragem de dizer, a quem amamos , tudo aquilo que por ela sentimos. E que bom é sentir nosso o que sempre desejamos, o que sempre idealizamos , aquilo que a nossa consciência, o vulcão dos nossos afectos alimenta até à" erupção final"...
Como é bom sermos donos das nossas escolhas , sem que um dia tenhamos que correr sem parar até encontrarmos aquilo que outros, prepotentemente, nos decidem ou querem roubar...
Ás vezes lutamos e conseguimos ser donos de nós proprios, dos nossos desejos, das nossas vontades.
Ás vezes, ou quase sempre e porque isso acontece, a viagem dos nossos sonhos, a grande caminhada das nossas vidas, abre-nos as portas da felicidade que NINGUÉM vai conseguir destruir...

"... E vós "eminência"... ides morrer feliz?...
Oh sim, porque não? Afinal ninguém é dono de ninguém e aquilo que me está destinado, tem a sua hora marcada!!!..."

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

...O que faz dormir mal...

... "Mais vale prevenir que...roubar..."

Foi esta a primeira frase dita por um ladrão, com duas galinhas debaixo do braço, aos agentes da polícia, tentando explicar-se pelo acto que, bem vistas as coisas não parece assim tão grave. Estupefacto, estava a vítima e dono do capoeira, perante tal desfaçatez...

Também é verdade que "ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão" se entrarmos na óptica dos pobres bichos que, mais tarde ou mais cedo , têm uma panela à sua espera, não podendo, assim , gozar a liberdade que todos os animais, racionais ou não , têm direito...

Ora , perante dilemas diversos, os agentes, e bem , remeteram o assunto para o tribunal das consciencias dos intervenientes acabando o ladrão por se regenerar, passando fome, o proprietário dos galináceos achou justo conceder "amnistia" aos bichos , dando-lhes a liberdade, mas condicional (porque a condição final é sempre um apetecível arroz de cabidela), e a justiça foi na busca do cumprimento das suas obrigações , enquanto autoridades...

Afinal, o crime não compensa!!!

Afinal, no nosso dia-a-dia, mesmo prevenidos, somos permanentemente "roubados" das mais variadas formas e feitios...

Dámo-nos também à "caridade" de perdoar a muitos ladrões de" capoeiros," que não só nos roubam as "galinhas" como até os ovos com que procuramos fazer omoletas...

Dámo-nos ao luxuosos comodismo de aceitar desculpas esfarrapadas dos mesmos que, perante "os agentes " que nos defendem, prometem arrependimento lavado em rios de lágrimas...ate´à próxima oportunidade em que estejemos distraídos...

Moral desta complicada estória : São uns a fazê-los, outros a comê-los...
Afinal, o crime compensa, ou não????

PS-Se alguém perceber o que escrevi, que se acuse. Senão, cale-se para sempre...



domingo, 30 de setembro de 2007

...NADA É ETERNO...

Tudo acaba! Porque começou! Mas raramente acaba como começa.Tudo tem o seu tempo, a sua vida. A sua história. Nem que seja a história dos outros, porque há matéria que tem uma vida sem ser vivida. Daí, só conseguir reflectir a vida dos outros...
Assim, digo-vos que o tal "espelho meu" se quebrou. Partiu-se em mil bocados, uns maiores, outros mais pequenos, outros nunca mais os vi temendo que possam vir a fazer-me falta...Outros ainda capazes de fazer o seu papel e reflectir o que lhes pomos à frente...dando-nos retratos dum quotidiano que, invariàvelmente, terá que passar à frente da "montra das vaidades".
Tenho outro espelho. Não posso passar sem ele. Ninguém, neste mundo de vaidosos, poderá passar sem eles. Habituámo-nos à sua companhia. Para o bem (que nos convém) , e para aquilo que é a nossa realidade.
Quando o "cumprimentei" pela primeira vez, nem me surpreendi com as imagens que o novo companheiro me transmitiu. É que , numa primeira apresentação, ELE, até poderia querer simpático, agradando-me . Não foi o caso. Quis ser ele próprio, cheio de personalidade, indeferente ao acolhimento que o novo dono lhe deu...
Mas também não me surpreendi com o que vi, do que já estava à espera. Porque ELE é um espelho novo, cheio de brilho.Sem arranhões, sem manchas.Transmite a realidade.
O que vi, continua a ser o acumular de imagens sempre repetidas, apesar da ajuda que este " novo amigo" possa querer dar-me , fazendo querer que são diferentes, ou não começassemos a ser mais cúmplices, mais coniventes, quase irresponsàvelmente criminosos...
Eu e ele, vivemos estados de espírito diferentes, vivemos tempo e tempos diferentes. Quem andou, não tem para andar, apesar de muito se tentar face aos "milagres" que muitos" milagreiros "querem demonstrar duma forma efémera que se derrete ao mais pequeno sopro dos "ventos que acompanham as mudanças".
Muitas vezes, vezes sem conta, também vemos aquilo que queremos, não aquilo que a nudez das inconveniências friamente nos demonstra.
Somos "palhaços" dum circo cheio de espelhos. Queremos até, ser artistas principais, protagonistas irresponsáveis dum espectáculo que também tem trapezistas, malabaristas, domadores de feras humanas, por vezes também irracionais, e em situações onde nos arriscamos a ser engolidos por olhares que não conhecem os espelhos deste mundo circense de que fazemos parte integrante. Daí as dúvidas pirarem sempre, perigasamente suspensas no ar carregado que respiramos..
-"Achas, espelho meu, que os teus irmãos gémeos, gastos ou não, estilhaçados em grandes ou pequenos bocados, pelas inúmeras visitas que recebem, são tão fieis aos donos, como tu és para mim?..."

terça-feira, 25 de setembro de 2007

...INTERVALO...

Há fases na vida de um homem em que é preciso parar, pensar, reflectir, recuar no tempo, recuperar fôlego e, acima de tudo, tentar ser cada vez mais aquilo a que nos propusemos : FIEIS A PRINCIPIOS QUE ABRAÇAMOS...
Hoje apetece-me pedir desculpa à minha consciência e, porque não, àqueles (pouquíssimos) que têm a coragem e a paciência de espreitar os desabafos dum caminhante no tempo, às vezes à procura do rumo certo-se o houver- e que encontra também neste espaço o escape de dias e dias menos conseguidos, dias vazios de quase tudo, agindo como um autómato.
( A esta hora está um certo" loucofeliz" a dizer: -Lá está o carcassudo a falar, a falar e a nada dizer!... Como quase sempre...)
Mas é a vida, rapaz, já me conheces , e ai de quem, neste mundo , nem sempre consegue deitar cá para fora o que lhe vai na alma! Até os artistas, os eruditos, os sábios. Aqueles que sabendo tudo são capazes de nada ensinar, por isso "anormais, infelizes, solitários, até incompreendidos..."
E, esta treta, a propósito de quê, afinal?
Tão sòmente porque nem um sopro de inspiração tem sido capaz de me iluminar para dizer qualquer coisa que se aproveite. É que, o dia a dia, está cheio de intervalos. Para dormir, para comer, para trabalhar, para ler, para estar calado, para falar, para ser feliz,e até infeliz, para rir, para chorar, para parar e, também para dizer-vos até já... porque, fazer um INTERVALO é preciso...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

...Quem quer atirar a primeira pedra?...

Também tenho o direito de emitir a minha opinião sobre a atitude de Scilari.
Cada cabeça cada sentença mas, haja algém que nunca tenha tido uma atitude irreflectida, mesmo a "quente "...
Todas as manifestações de violência física, são condenáveis e ,como quase toda a gente no seu perfeito juízo, eu também as condeno. Porém, outras atitudes de violência verbal ou psicológica, são capazes de provocar danos maiores, até irreversíveis, que aquilo que se viu no final do jogo frente à Sérvia, País recentemente fundado depois de período de transicçãoagitado e sobejamente conhecido de todos...
Todos os dias, quase sem nos darmos conta, somos agredidos verbalmente ou até de uma forma mais influente, como como as acções psicológicas através da massificação de notícias, discursos, conversas, entrevistas...
Scolari, tal como qualquer gentio, portou-se mal. Não é novidade, vimos e, ele próprio já reconheceu o seu erro. Pediu desculpas pùblicamente e até já foi perdoado pelo agredido. De inegável aglutinadir das massas em torno dum clube chamado "SELECÇÃO NACIONAL", onde teve o mérito de fazer reviver em nós a chama Lusitana e fazer sair à rua o maior símbolo da Nação como é a Bandeira Nacional. Tirou, também é verdade , à custa dum lote de jogadores de eleição, que escolheu também pelo seu carácter como homens, o nome do nosso país da mediania desportiva (em termos de selecção) para a ribalta do futebol mundial. Afinal, numa e noutra situações, Scolari é o mesmo homem...
Errou, e por isso tem que pagar! O preço, saber-se-à em breve.
E os outros ??? Os que diáriamente nos " agridem" com promessas, mentiras, faltas de respeito, provocações, excessos nas formas de chamar as coisas por nomes proibidos pelos diccionários da ética !
E está aqui a falar-se, também ,no panorama desportivo!
Agora, não vão faltar os "radicais e os moralistas" descer a terreiro, fazendo disso, até aproveitamento próprio, procurando que se esquecem situações que tardam em solucionar-se (se alguma vez terão solução) e que causam maior perplexidade que o acto irreflectido do seleccionador português ...
Scolari falhou. Não o devia ter feito, principalmente como condutor de homens que, curiosamente já lhe manifestaram a sua solidaridade , e já deram ao país tantas e tantas alegrias em situações vividas em situações adversas...
Vai sofrer as consequências, como certamente já estará à espera. Vai assumi-las, como já o disse. Está arrependido, como quase todos aqueles que prevaricam e que em dado momento tiveram actos irreflectidos.
E então, como diz o povo, o mesmo povo que ele fez sair à rua em manifestações de patriotismo e alegria, e que em algumas ou muitas vezes tem a memória curta, -:"Quando um "burro" dá um coice, é caso para se lhe cortar a pata???".

terça-feira, 11 de setembro de 2007

...Sinais dos tempos...Parte II

Longe vão os tempos em que, mesmo de madrugada e fruto de uma readaptação à vuida civil, causadora de certo tipo de insónias (ou trama pós-guerra, como queiram), era capaz de me passear, alta madrugada pelas ruas da minha cidade...

Ao tempo, as boas-noites eram dadas ao guarda-nocturno, dos poucos que , àquelas horas, também circulava pelos mesmos locais. Tranquilamente, sem nada temer, vagueava até o sono ou o cansaço começar a dar sinais para nova tentativa de recolha a "vale de lençóis". Anos 60, 70, por aí. Fosse a que horas fosse, pouco importava, já que, tinha a certeza, nada nem ninguém me importunava, excepto e pontualmente, um qualquer crente no "deus Baco" que andasse a cumprir fervorosa promessa...

Todos estes anos passados, nem à casa de banho vamos descansados num intervalo exigido pela necessidade " bexiguenta" de fazer "chi-chi"... Não vá acontecer termos de interromper um qualquer larápio nas suas ilícitas incursões, casa alheia, e na procura de lucros fáceis. É que já nem em nossa casa podemos estar sossegados.

Nos dias que correm, que vontade, que coragem haverá para sair à rua quando a noite dá lugar a mais um dia de trabalho e para quem o viveu honestamente???

Fazer comparações entre aqueles tempos e os de agora, provoca inevitàvelmente, um desfiar de situações que, todos sabemos, têm tendência em se agravar e onde quase ninguém ousa pôr um travão...

Entre os dois períodos, há acontecimentos marcantes e discutíveis, que influenciaram, para o bem e para o mal, toda a nossa sociedade. Os valores que nos norteam, são aqueles que normalmente trazemos do berço embora, depois tenhamos à nossa disposição a possibilidade de nunca os esquecermos, antes, até de os melhorar noutros aspectos mais materiais. Teremos, então, que viver com aquilo que temos ou que conseguimos conquistar dentro dos parâmetros que uma sociedade justa impõe aos seus cidadãos.

Não se pode nem deve "viver honestamente roubando" e impedir, quem quer que seja, de ser livre a qualquer hora do dia ou da noite , na rua, em casa, ou noutro qualquer lugar.

Tudo isto, e não é pouco, não terá a ver com hábitos que se adquirem, com a conjuntura socio-económico dum país que não soube adaptar-se às benesses duma integração que, pelos vistos, só foi boa para os outros e no aproveitamento que dela fizeram ?

Vive-se cima dos limites, a vida fácil tornou-se um hábito, as mentalidades não mudaram (antes pelo contrário), deixou-se fechar " as portas da felicidade" que poderiam (trouxeram para outros) trazer ventos de mudança e só originaram enormes "correntes de insegurança" . Agora, para quando uma solução que garanta, no mínimo, aquilo a que temos direito, sem sobressaltos, em paz, e capaz de nos pôr em pé de igualdade com os que , repete-se, de uma forma inteligente e honesta, fazem parte de sociedades onde os desiquilíbrios não são tão acentuados e onde se vai podendo trabalhar de dia e dormir sossegado até de noite???

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

...Gula, enriquecida com extractos de videira...

Perdoai-me, senhor!!!

O meu pedido de perdão, também, para alguém que bem me conhece e que acaba sempre por compreender o bem que faz "fugir" para um local onde só alguns são capazes de se sentir em paz com tudo, menos com aquilo que faz mal aos homens: comer muito e beber melhor.

Resisto o tempo que quiseres, aguento o regime imposto à mesa por questões de saúde, mas, uma vez por outra, esquece, porque os prazeres da vida são, também, motivo para me sentir feliz...

O que "nós" (eu e alguns maganos conhecidos faríamos sentados a uma mesa com coisas que a "cozinha" é capaz de confeccionar...

Eu, e fulano, e beltrano, ainda outro fulano e ainda outro cicrano faríamos, conversaríamos, comeríamos e beberíamos juntos por uma boa causa, num local onde, este ano repeti férias!!!...

Descobri um "tudo incluido" por um preço que não é, de forma alguma, proibitivo, numa região toda ela virada para a exploração e a pensar, quase exclusivamente no lucro fácil...(Que o diga um dos maganos que refiro acima).

Qual pecado da gula qual carapuça ! Uma vez por ano, pelo menos, devemos ir à desobriga. Haja o que houver, depois...

E não me venham cá com a treta de que faz mal. Mal é não experimentar. O caminho de ida e volta entre as "refeições" e um ligeiro " período de profundas reflexões" é feito, como convém, a pé e quase em linha recta, quando não, corre-se o risco de molhar os pés, e o resto, na piscina. Não há "brigadas" com balões para bufar. Balões, só os dos digestivos que têm sempre o saudável condão de , psicológicamente, ajudar a uma também saudável digestão. E, quanto mais rápida for, melhor, porque há sempre coisas boas à nossa espera...

É só uma "vezinha"por ano, Senhor! Perdoa-me e desentope-me as vielas que conduzem à grande veia...à chamada aorta...

Isto náo é fome nem sede. É só o desejo de fazer uma desintoxicação e matar os micróbios que nos afligem todo o ano. Porque há outro tipo de micóbios que são mais difíceis de exterminar... e, a nossa sociedade consumista é a grande culpada de eles vegetarem por todo o lado. E é para eles o meu "olhar" de desprezo...Nem sequer seriam capazes de viver num "tudo incluído"... e ainda bem !

As férias também dão para isto... e para acentuar ainda mais a mania que existe em nós de aceitar uma sociedade com "castas"(classes). Classe, temos nós (eu outros maganos ) em mandar às malvas as "chiquices" , o "não me toques que me desafinas". Afinal, um dia destes "vamos querer" e não "vamos poder"... portanto, aproveitemos agora antes que um qualques "AVC" nos paralise os desejos. E desejar é tão bom! É A MELHOR COISA DO MUNDO...

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

...Gostos e... desgostos...

O tempo não tem estado grande coisa para ir a banhos e, (felizmente) muito menos para os pirómanos, os incendiários que, regra geral, sofrem todos de perturbações mentais...

O bom e o mau dum Verão que contraria as previsões mas, bem vistas as coisas , não podia ser de outra forma, tais as agressões a que tem estado estado sujeito este velho planeta, quando se fala em questões ambientais.

A mãe-natureza , por enquanto, como qualquer boa mãe , sem olhar às asneiras dos filhos, procura e vai conseguindo resistir a tudo. Ora ,como há sempre uma primeira vez, um dia poderá começar o princípio do fim.

Não pretendo ser mais interventivo que um All Gore ou um Leonardo di Caprio que, agora deram em descobrir a pólvora e dizer que "isto está mau" saindo a terreiro para defender aquilo que não tem defesa...

Tem estado um tempo esquisito. Nem Verão, nem o calor , nem o bronze dos amantes das praias...(valha-os os solários, até que a pele estale).

Confesso que, a minha prioridade, em férias nunca foi a areia, a praia, as multidões desabridas e despassaradas , com as consequentes agressões daqueles que, frente ao mar, regressam às origens da irracionalidade, esquecendo as regras básicas da convivência, do civismo, da boa cxriação.

Já não abundam, felizmente e também é verdade, os distraídos que fazem das nossas praias autênticas etares (estações de tratamentos de resíduos sólidos e... líquidos)... Mas ainda somos capazes de levar com um osso de frango na cara, tropeçar numa lata de "Coca-Cola" ou sujar os calções no resto de um refogado .

Não refiro outro tipo de "agressões" como ser surpreendido por uma bola de futebol que esbarra no "OLÁ" que estamos a saborear ou ficarmos tonto, motivados pela surdez do parceiro do lado que nos ataca com a batida do seu "Hi-Fi". Já sermos salpicados por umas quantas "pezadas" de areia pelo "maratonista " que quer abater
as banhas e tem os mínimos para conseguir até às olimpíadas, é tão trivial como termos que dividir a nossa privacidade/intimidade com os mirones profissionais que aproveitam as praias para "ganhar ânimo" e esquecer as frustrações que vivem em casa.

Nunca direi , radicalmente:- NÃO GOSTO DE PRAIA ! Gosto, por exemplo, duma praia que fica aqui perto e que, para além de "vários atractivos", tem a enorme vantagem de podermos encontrar pessoas que, por mais procuradas durante o ano, só aí somos capazes de as ver...(afinal, um bom sítio para os cobradores de fraque).

De resto, gosto de paria no inverno. A natureza fica mais ELA , é mais "NATURAL"... Menos poluição sonora, menos povo, menos cães abnadonados pelos donos, cafés com mesas vagas, preços mais baixos e inúmeras casa de negócios às moscas, porque as férias foram gozadas "à grande e à francesa". Quem vier atrás que feche a porta, menos as dos Bancos...para o próximo empréstimo...

Gosto da praia, à noite...é dos poucos sítios onde, hoje por hoje, se pode ver estrelas sem sermos agredidos ou atacados por um bando de desordeiros ou amantes da vida fácil que se multiplicam à velocidade da luz .

Gosto de praia quando chove...porque, normalmente estão desertas e são, por momentos "só nossas", a água da chuva é muito mais limpa que aquela que está infestada de submarinos (não aqueles que Paulo Portas comprou com o nossos dinheiro)...

Enfim, tenho os meus gostos, como qualquer comum mortal. Que serão aceitáveis os esquisitos como o tempo meteorológico que foi acontecendo. Afinal, o tempo que a mãe-natureza é obrigada a oferecer aos seus desnaturados filhos... Mas, a grande satisfação, e essa ninguém ma tira, é saber que os soldados da paz têm tido mais descanso e que as nossas florestas, por agora, ainda não têm projectos urbanísticos metidos em gavetas entreabertas de alguns gabinetes...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

...Há lampiões assim...

Senhor presidente !
Afinal que bicho lhe terá mordido?
Despede o treinador à 1ª jornada quando, a fazê-lo, seria no final da época passada.
Compra jogadores por catálogo e vídeo que até agora nada mostraram ( apesar de ter que se dar tempo ao tempo, é bem verdade), ficando sempre a dúvida se justificarão o sacrificio financeiro. Destes, alguns vêm lesionados não se sabendo quando estarão operacionais...

Depois, deixa (ou teria mesmo que deixar?) sair "pedras" imprescindíveis e com serviços prestados em prol do bom nome do clube.
Não consegue argumentos para manter o "rato atómico", que ficou eternamente grato ao Benfica pela possibilidade de se poder curar de algumas maselas enquanto águia (embora com golos pelo meio), partindo, depois, fino e são como um pêro,para o país natal...
Não satisfeito, importa mais dois jovens "promissores" do Uruguai e abre a porta a um central e até a um ponta de lança (tipo Drogba) para reforçar ainda mais o plantel e satisfazer a vontade a Camacho.
Enfim ,assim, vai perdendo a cotação que os benfiquistas, orgulhosamente, iam vendo subir na luta que tem travado contra os "infieis"...
Tudo isto, também, depois de ter apregoado, alto e bom som que o plantel era o melhor dos últimos 10 anos. Só se for em quantidade ... E, cúmulo dos cúmulos, os melhores reforços, foram pescados na equipa de juniores...
Fico na expectativa para ver como será na reabertura do mercado, em Janeiro e onde irá colocar tantos eqívocos. Belisquem-me, pois quero acreditar que tudo isto é um pesadelo e que, amanhã, 4ª feira europeia, tudo o que acima fica escrito, não passa de um simples desabafo de quem sofre mais que aquilo que parece...

PS- Gosto muito do azul do céu e do verde do mar, mas gosto muito mais da cor que me corre nas veias, ou não fosse um bracarense dos bons e dos antigos...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

...No Mundo do"fala" só...

Hoje, 24 de Agosto, é dia de S. Bartolomeu. Apóstolo, um dos 12. Alguns pormenores identificam-no como Natanael. A tradição diz que pregou na Índia (Arménia), Egipto e noutros locais... sendo esfolado vivo, de cabeça para baixo.
Fica a data, o registo, o repeito dos crentes...
Por estas bandas, dizem , que neste dia, de S. Bartolomeu, anda o diabo à solta...
Neste dia, algures numa praia, é costume levar-se as crianças para tomar banho de mar, vestidas, para afugentar o demo...
Posto tudo isto como notas introdutórias, espanta-me verificar que, cada vez há mais gente a falar só!!!
Quando miúdo, este fenómeno era explicado pelos mais velhos com uma resposta muito simples sobre quem coversava com os seus botões: -"Ou está a falar com o mafarrico ou, então, tem dinheiro escondido, quem sabe, enterrado em qualquer parte do seu quintal..."
Nunca acreditei nessas explicações e decorridos tantos anos, as vozes solitárias, em surdina, aumentaram, sem que me aperceba que possa haver motivo para que se enterre dinheiro e , muito menos, tenha pacto com o cujo dito...
Vou assistindo a alguns monólogos, na rua quando, por exemplo passa o "eterno feminino, provocante,como uma tentação de satanás, ouço alguns a trautear canções em voga, oiço sons esquisitos que, vozes não são... Enfim, rumores e desabafos vão sendo habituais onde exista movimento humano.
É fenomeno que, repito, cresce a olhos vistos. Haverá explicações científicas para isso, acredito que sim.
Fala-se "´SÓ", `a cautela, porque na maioria dos casos nunca sabemos com quem, mesmo conhecido ou dito amigo, quer seja em ajuntamentos, no dia a dia profissional, em convívios, em qualquer manifestação. Também se fala" SÓ", rezando..., deixando para este particular todo e o merecido respeito, e sem o mínimo comentário.
Certo é que, falando ou não, acompanhado, também se torna estranho que muitos sinais exteriores de riqueza apareçam sem explicação, e o"povo" diga à boca pequena :-"Vá lá ter dinheiro pró diabo que o carregue! Até parece que tem pacto com o"ele", ou então, o dinheiro que enterrou foi bem semeado e melhor colhido". E, o povo, sempre se diz, na sua enorme sabedoria, tem sempre razão. Fala-se "só" porque , em casa a mulher não deixa, pois parace um diabo de saias, mas também isso acontece, numa altura em que a solidão se torna coisa cada vez mais evidente, e em que as tentações mundanas nos tornam cada vez mais egoístas, com medo de que a nossa consciência não concorde com os diálogos que com ela travamos....
Hoje, 24 de Agosto, dia de S.Bartolomeu, é sexta-feira, não é dia 13, e o "cacará", apesar de tudo, pode querer pregar-nos uma partida e obrigar-nos mesmo a falar com os nossos botões, nem que seja para dizer meia dúzia de palavrões...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

...Conversas vadias...

Conversas vadias, não são mais que meras conjecturas ou até alguns desabafos sobre tudo e sobre pouco mais que nada. Assim sendo, é melhor ficarmos, periòdicamente , no meio termo , porque, o povo, na sua enorme sabedoria sempre disse que, é no meio, que está a virtude.
Virtudes e defeitos todos temos! Já, aqui, no meio termo, não se chega a conclusão alguma. Ou se é boa pessoa ou não prestamos como gente.
Curiosamente, hoje, dia zero para estas e outras conversas vadias, não estou com inspiração, muito menos vontade de falar seja sobre o que quer que seja...
Política, leviandades, desportos sem desportivismo, actualidades, coisas corriqueiras ou até coisas sérias, tudo em nome da vontade de comentar, criticar, dizer qualquer coisa, escrever por escrever...Mas hoje, amigos (posso tratar-vos assim?), nem inspiraçao e muito menos transpiração...Inspiração, porque acordei cedo de mais e a más horas e com pouco tempo para dar descanso ao esqueleto. Transpiração, felizmente, porque este Verão adormeceu ano passado e ainda não despertou dessa letargia.
Neste espaço, pretendo não ser, e acima de tudo, maçador. Quando achar que o serei, procurarei a profissão de padeiro - com o devido respeito pelos ditos-pois acordo de madrugada e amasso o "pão que o diabo quis" mas nunca deixei que comesse. Resisti-lhe quase sempre e, quando não o consegui, foi a horas em que o pão nunca consegue substituir o vinho. Também não pretendo protagonismos, porque esta terra abençoada já tem figuras proeminentes, e principalmente muitos figurões...
Neste espaço, garantiram-me tenho a liberdade que quiser, mas sòmente a liberdasde de ser livre de pensamento. Ora, como normalmente eu - e todos- pensamos alto e com bom som, ou somos doidos ou passamos a vida a conversar sòzinhos, para ninguém. Acho, até que esta situação será preferencialmente direccionada aos eruditos, aos iluminados. Aqueles para quem o sentido de humor ou qualquer tentativa nesse sentido, possa acontecer, seja da gentalha , dos pobres de espírito e de... euros.
Acredito que vai ser facílimo entenderem as minhas ideias. Creio que nos poderemos tornar assíduos desta espaço enorme como é a tal liberdade de pensamento. Tenho a certeza, portanto, que quando nos encontrarmos, teremos sempre um olá e os votos de um bom dia pela frente, correndo todos o risco de ficarmos a perceber o mesmo.
Só mesmo aqueles que possam estar de má fé, não perceberão o alcance daquilo que aqui é dito. Só mesmo quem não gosta da liberdade ou de poder delirar dentro dela (a liberdade) deixará, pelo menos o benefício da dúvida. Portanto...
Se , no final destas despretenciosas ideias gente houver que fique a perceber o mesmo, é sinal que dedicaram alguns minutos a lê-las , facto que me deixa FELIZ E REALIZADO....

terça-feira, 21 de agosto de 2007

...ESPELHO MEU...

Quando me vi ao espelho, hoje, bem cedinho, quase de madrugada para uns, talvez tardíssimo para outros, não gostei das imagem que estava do outro lado. Achei que, aquela cara, a do parceiro que tinha acabado de entrar na mesma realidade, não podia ser a de uma pessoa feliz. Não muito com a sua felicidade, mas com a que muitos, diàriamente, procuravam e certamente nunca encontrariam...

Procurei ler-lhe os pensamentos e não foi difícil descobrir que, a noite anterior, tinha sido mal conseguida.

Pisquei-lhe o olho, com a melhor das intenções e, em troca, recebi um sorriso amarelo. Cumprimentei-o educadamente, para criar um pouco de ambiente e respondeu-me com um quase imperceptível "boa noite" bastante nublado, ou os olhos não estivessem ainda, na antecâmara da sonolência.Acabei, até, por chegar

à conclusão de que, o melhor era dar tempo ao tempo, deixá-lo por instantes e tratar da higiene corporal como que preparando a mesma entrada em cena do parceiro reflectido no vidro das vaidades.

Saber esperar, sempre foi uma das grandes virtudes de que o ser humano dispõe, mas raramente aproveita...Daí, num ápice, eu e o outro passarmos a ser unha com carne, figura e sombra, sempre sintonizados na mesma onda e comungando pràticamente, das mesmas ideias. Afinal, esperava-nos um dia

igual a tantos outros, os mesmos deveres , mas muitas mais obrigações, refeições doseadas para não criar colesterol e o aumento, inevitável, dos pneus abdominais, olhares fugidios para o que muitas vezes pensamos ser só dos outros mas
também pode ser nosso, o maldito relógio na sua marcha impiedosa à procura das horas certas e que ,erradamente , consideramos importantes, a bica para ajudar a sacudir o marasmo que se abate quando o cansaço aperta, a corrida aos "hipers" para gastar pouco e comprar muito(isso é que era bom...), e a ânsia de chegar a tempo do jogo do nosso glorioso, embora hoje por hoje , e neste caso , sejamos saudàvelmente masoquistas , porque a nossa vingança, quando chegar (?), ha-de ser terrível. E sempre com o colega do espelho à perna, ...querendo contrariar o que já não tem solução, discutindo em surdina a malfadada sorte de ter dormido a noite anterior com o turbo ligado...

-"Aguenta-te camarada, dizia-lhe, na vida não pode haver uma pessoa teimosa se não houver oposição, confronto de ideias e ideais, reacção àquilo que está mal e que , mesmo utòpicamente, esperamos e desejamos acabe bem...Se não querias ouvir isto, deixavas-te ficar no canto do espelho, a bocejar esperando melhor oportunidade para me acompanhar". "Agora, a música vai ser outra, porque ,de castigo, vais ter ocasião de ver outro reflector de imagens, bem mais real, muito mais cru e às vezes mais ignóbil que se chama TV. E , vais fazê-lo na minha inseparável companhia. Vais ter oportunidade de assistir ao mundo em directo que, quer queiras, quer não, te dará oportunidade de perguntares , amanhã, cedinho para uns, tarde demasiado para outros , mas bem a tempo e horas para nós dois (COMUNS MORTAIS) ao espelho que reflecte a nossa imagem , o seguinte:- ESPELHO MEU, ESPELHO MEU, AFINAL HÁ, OU NÃO , UM MUNDO PIOR QUE O MEU ???...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

...Sinais dos tempos...

"Se bem me lembro..." Célebre programa da RTP , da autoria do saudoso Prof. Vitorino Nemésio, deixou, pelos menos , aos mais distraídos que o ouviam (?) a enorme sabedoria que espalhava nos seus monólogos, o título que ainda hoje, aqui e ali, serve para começar qualquer conversa...
E, se bem me lembro, hoje é 14 de Agosto, dia que me faz recuar 622 anos e lembrar-me da Batalha de Aljubarrota.
Quem fala sobre isso ? Quem conhece os factos se se for ao encontro das novas gerações? Quem lê a nossa História ?
Poucos , certamente, mas não os suficientes para a importância desta data, como de outras...
Hoje, é mais importante falar-se do jogo do Benfica com os dinamarqueses do F.C.Copenhaga ou da transferência de Manuel Fernandes o Everton, na Inglaterra , por sinal os nossos mais antigos e históricos aliados (em quê?)...do que falar de D.Nuno Álvares Pereira-Santo Condestável e da pesada derrota que infligiu aos nossos vizinhos espanhóis em 1385.
Afinal, espanhois, que sendo nuestro hermanos, e de aqui ao lado , vivem longe, muito longe , quando se fala EM QUALIDADE DE VIDA. E, há alguns séculos atrás, quem o poderia supor depois de termos dado novos mundos ao Mundo? Depois de termos "arrumado" de vez com os Filipes em 1 de Dezembro de 1640 ?
Lembram-se disso? Quem se lembrará ?Ou será que, apesar de tudo, Saramago falou por falar ou terá as suas razões para o fazer apesar de a sua leitura se uma seca para muitos ...E que diria Camões e ainda outros que tiveram a lembrança de falar da nossa História e recordar o 14 de Agosto?
Vamos tendo o que muitos merecem e vamo-nos intoxicando com aquilo que jornais, rádios e TVs nos dão como alimentação intelectual...

PS.- Apesar de tudo, tenho a certeza que um certo loucofeliz , tal como eu, já está a sofrer por causa do jogo do nosso glorioso, que vai começar daqui a pouco e poderá, também ficar na história , mas na de cada um...embora seja neste 14 de Agosto...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

...QUERO FÉRIAS, EM SOSSEGO...

Gozar férias repartidas é moda que pegou de estaca. Desdobrar o período de descanso que por lei os trabalhadores têm direito, é habito que ganha cada vez raízes mais fortes, situação que dá campo de manobra aos ditos, ao patronato e a quem vende programas para as que possam ser gozadas cá dentro ou, se possível lá fora. Na conjuntura actual, só alguns se poderão dar ao luxo de o fazer como e onde quiserem. Dos outros, há os que recorrem às prestações ("tipo goze agora ,e pague depois, mesmo que os preços sejam o que menos importa) ficando, depois o resto,- os consciensiosos, os realistas, os visionários-, limitados , pràticamente , ao seu habitat natural.

É vê-los, conformados com a triste sina, frequentando os lugares do costume: o café, os cantinhos da má lingua, sentados nos bancos dos jardins públicos, encostados às esquinas, de férias, é verdade, mas dos instrumentos de trabalho e da rotina dos horários rígidos para cumprir.

Dei comigo, então a conversar com alguém sobre tudo e sobre nada, decorrendo duma dessas conversas algumas reflexões que levam sempre à mesma conclusão: Sendo como somos um país de pobres , mantemos muitas manias de ricos. Daí continuarmos, também, sem a propalada qualidade de vida que fomos deixando esvair-se como areia entre as mãos , quando puseram à nossa (?)- à minha não- disposição muitos milhões a fundo perdido

sem que tivessem sido aproveitados convenientemente.

Outos, souberam fazê-lo, "nós", NÃO!!!!!

Sendo assim, férias a sério é sinónimo de utopia, algo só possível no imaginário de cada um com a ajuda da propaganda que nos é "martelada" pelos media permanentemente, enervantemente...

Está dificil a vida. Que novidade!!! A retoma também foi de férias e nãosabemos quando volta... se é que algum dia voltará.

Passeios, lazeres, hoteis de muitas estrelas, resorts, aviões, transfers, isso, só para os ricos ou para os prestacionistas, para os sobre empregados, que também os há. (Alguém tem alguma coisa com isso?, seus invejosos)

É uma vida de cão, esta dos irremediàvelmente conformados e condenados a passarem férias, não cá dentro,

mas fora de quaisquer hipóteses, em lado nenhum. É que o bom senso e a boa educação, mandam que se pague ao merceeiro, ao padeiro, se calcem e vistam os filhos, se lhes dê a possibilidade de se cultivarem numa qualquer universidade, mesmo que o canudo para nada sirva porque não há emprego, embora lhes possa abrir mais a inteligência para distinguirem como a vida está cheia de dificuldades, armadilhas, jogadas rasteiras, jogos de poder...

Os convites ao consumismo são uma indesmentível realidade, cada vez mais palpável, avassaladora.

Claro que, quem puder concretizar esses sonhos, também terá feito muito por isso. Ainda bem. Nada contra...

Continuamos a ser pacientes, com Job, esperamos sempre, esperamos por novas, mas repetidas promessas. Continuamos à espera de novas eleições, à espera de novos e bem intencionados governantes. Só se deseja é que deixem de prometer o que não podem. Não prometam o céu, a quem nem a sua terra consegue conhecer, até nas férias.

Mas, mesmo que as férias que se "gozam" dos habituais horários ou dos instrumentos de trabalho possam ser feitas em segurança, em paz, em tolerância...Coisas estas que serão enormes benesses nesta sociedade, que por culpa de algém ou de alguns, é cada vez mais discriminatória e ainda mais extremada, então, ESTAR DE FÉRIAS JA É BOM !

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

...POSSO TER OPINIÃO ???...


Nestes delírios, que mais não são que desabafos ou estados de alma, hei-de referir, quase até à exaustão, palavras com a fome, a guerra, as prepotências, os oportunismos, as desigualdades sociais, a avareza, a preguiça, e gula, até o novo-riquismo, a bajulice, o "graxismo" e quejandos , bem como algumas palavras de ordem usadas e abusadas (ou será demais bater na na realidade das coisas?). Considero-me, por isso, e bastas vezes, um revoltado, um reaccionário...

Se não o fizer directa ou abertamente, dexá-lo-ei entender nas entrelinhas, nalgumas frases, nalguns delírios.

Porque durmo a sono solto (há excepções para confirmar as regras),

adormeço de primeira, pois nunca precisei de ser embalado por sedativos ou calmantes-e que me perdoe o deus Baco- sinto-me revoltadamente feliz, embora acorde, cedinho, mas em muitas ocasiões enojado por môr desses palavrões que servem de etiqueta a grande parte do nossa sociedade. Sou até capaz de advogar ideias de direita ou esquerda, desde que, e no meu sempre falível ponto de vista, se coadunem às realidades dos casos mais gritantes da conjuntura em que vivemos, desiquilibrada por uma balança onde há vários pesos e muitas medidas.

Serei uma voz no deserto, sei-o perfeitamente. Afinal como há muitas...

Sou uma voz que os camelos não querem ou não saberão ouvir... Sei que não vou endireitar o mundo, mais a mais, porque é achatado nos polos, afinal coisas de nascença, já que , quem torto nasce, tarde ou nunca ganha emenda.

Mas nesta forma de estar e com as virtudes e defeitos que as minhas ideias possam ser interpretadas, espero que, cívicamente, aceitem o direito a ter opinião.

terça-feira, 24 de julho de 2007

..."Tou sim!!! ..."

No dias que correm,vamo-nos encontrando... Talvez menos que antigamente, sem que se saiba como será amanhã...
Os nossos encontros aconteciam quase sempre, em espaços iguais aos de antigamente, em situações quase semelhantes, porque , de permeio, havia um compasso de espera motivado por uma qualquer fila ou "bicha" (como é comum dizer-se cá para estes lados ) ou até por culpa dos sistemas, das burocracias, das máquinas, até do excesso de zelo de quem a atende ou provoca...Mas adiante, antes que me perca do objectivo principal deste desabafo. No entanto, não posso, curiosamente, deixar de agradecer a possibilidade que essas mesmas filas me proporcionam de poder conversar um pouco com este ou aquele, conhecido ou não. Falar de tudo ou de nada, de coisas com ou sem interesse, passadas ou actuais, como no caso desse amigo, de quem omito o nome, para que a história seja mais comum.
Cumprimentámo-nos, brincando sempre com um jogo de palavras, que reciprocamente aceitávamos, como forma de amenizar ambientes mais cinzentos, porque o sol da vida enconde-se muitas vezes entre as núvens das incertezas.Ia a conversa mais animada, merecedora até, de alguns olhares mais curiosos de quem nos rodeava, quando o tema foi, inopinadamente, interrompido pelo toque do seu telemóvel. Atendeu a chamada, desviou a atenção para assuntos mais sérios, e acabei por dar conta que chegara a minha vez de ser atendido na fila em questão, perdendo-se aí toda a possibilidade de reatar o diálogo, pior ainda, sem que nos despedíssemos como é de bom tom em pessoas civilizadas... O certo, e esta será o coisa mais importante de todas, ficou uma conversa a meio, assim se passou mais um dia de diálogo furtivo, inacabado,como, infelizmente,também acontece em muitos lados.
Já nos bastava a televisão em casa para dividir os membros da família quando se busca o progama preferido. Já nos basta a velocidade supersónica (vulgo stress) em que vivemos (?). Já nos sobram os problemas criados desde que o Euro fez parte do nossos dia-a-dia. A conjuntura. A guerra e a fome, as desigualdades sociais, a insegurança de pessoas e bens até dentro das nossas casa, surgindo agora essa invenção que tem tanto de útil como de alienante e que se dá ao" luxo" de ser um luxo na forma como é disputada nos seus mais sofisticados e variados modelos.Um simples (sê-lo-á ?) telemóvel, um pequeno e cada vez mais minúsculo aparelho, impede que as pessoas mantenham vivas a chama duma simples conversa. Mas, paradoxo dos paradoxos, cada vez se conversa menos, apesar de se telefonar cada vez mais (por telemóvel).
Onde está o calor duma conversa, dum diálogo pessoal, nem que seja numa fila de espera ? Onde pára o afecto dum cumprimento físico , onde se encontram as conversas , onde esse mesmo calor humano faz, muitas vezes nascer luz sobre os espíritos e aquieta os ânimos ?
Sinal dos tempos, claro.Mas também sinal de preocupaçao. É que, cada vez mais, CONVERSAR é preciso.


P.S.- Embora tenha telemóvel, mantenho-o guardado numa qualquer gaveta, em casa, desligado, porque ainda não me habituel à ideia. Prefiro falar " pelos cotovelos", olhar para quem falo, viver despreocupado, independente e CADA VEZ MENOS CONTROLADO. .. Porque cada vez estamos mais sós...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

...EU PECADOR...

...Por aquilo que, quase sempre, sem intenção, te fiz sofrer...


Perdoa-me, porque já o fizeste outras vezes... (afinal foi possível)...


Mas, se alguma mágoa te ficar, porque é natural alguma cicatriz restar,





Não me julgues mal, por favor


Julga-me sempre com o lado bom (que o tens) da tua consciência...


Julga-me, pesando, também, algumas coisas boas que te dei, por aquilo que fiz-porque faz parte dum compromisso eterno- e que, queiram ou não, serão eternamente nossas...


Sei que tens um coração enorme, sensível para muitas, para quase todas as coisas, às vezes demasiado sensível...


Perdoa-me, porque tenho sido um eterno arrependido...


Não tenho conseguido, embora o tenha sempre tentado, acabar de vez com algumas cinzas dum passado ao qual quase nem pertences. Para o qual nunca serias capaz de contribuir, porque és carinhosa, boa, receptiva, irradias paz , curiosamente as coisas mais importantes num mundo de guerras que travamos na procura de uma felicidade que merecemos...


Perdoa-me porque tens o dom, raro, de saber perdoar.


Perdoa-me e deixa que te aqueça a alma com o calor da fogueira que, em boa hora, acendemos...Porque não quero que se apague o calor dos momentos mágicos que vivemos, que também são a razão das nossas existências...


Já te vi chorar por culpa minha...Que remorsos sinto ainda...que traição ao pacto sagrado que selamos...


As tuas lágrimas afogam-me, porque mereço esse castigo. Porém, tens sempre uma bóia de salvação, de perdão, para me resgatar do turbilhão dessas culpas onde mergulho...


Como foi bom, reconheço-o sempre, teres-te cruzado no meu caminho.Um caminho que procurei como um louco desde o dia em que te vi. Graciosa, envergonhada da tua própria beleza, confiante, porém , no dia que te traria felicidade. A nossa felicidade... A felicidade que, creio inconscientemente, posso perder...


E tu lembras-te, tão bem, como eu desse dia...Porque ja falámos tantas vezes dele. Porque inesquecível! Porque foi o dia de todos os sentimentos...


E como há sentimentos tão dificeis de explicar...mesmo refugiando-me neste monólogo escrito que só pode servir como simples acto de contricção...

Que cobardia esta de querer dizer-te, desta forma, e não olhos nos olhos, lábios com lábios, que és o farol que orienta a minha vida.



És, afinal a alma gémea que o destino quis fosse a minha...

Perdoa, porque é sempre possível e tu , com ningém o sabes e podes fazer...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

...Assassinios...



Tenho resistido, quase heròicamente,à tentação de manifestar a repulsa, a estupefacção e, principalmente, triteza pela forma como o "Portugês-Língua portuguesa" é tratado à medida que os anos passam...



Lembro-me, e já lá vão algumas décadas, que a minha grande paixão enquanto adolescente/estudante era atingir o professorado.Sempre gostei de História, de Geografia, de Português.Mas como ninguém se faz por si próprio, e se se quiser, ninguém chega onde quer ,sem muito trabalho e dedicação às causas, para não falar na questão económica, fiquei-me pelo Curso Geral do Comércio.Talvez se tenha perdido uma grande vocação.Os sonhos de estudante ficaram-se por esse curso que, bem vistas as coisas e desde que bem aproveitado se assemelhava a uma pequena enciclopédia.Aprendia-se, garanto, as bases de algumas matérias que, por bastante sólidas permitiam uma visão ampla e culta, proporcionando enorme confiança para encarar , sem receios o mundo do trabalho.Foi esse o estatuto que consegui e com ele fica a enorme, até a eterna gratidão por tido "ao meu serviço" PROFESSORES para cuja definição todos os encómios são poucos.Passadas essas décadas, repito, ainda sei o nome de quase todos, relembro os seu gestos e as formas de ser, guardo ainda os seus conselhos e ensinamentos, porque sempre sábios e paternais.Atrevo-me até, dizendo, que, se sou o que sou, a eles o devo em grande parte. Nesta resistência que mantenho para extravasar os sentimentos que ora manifesto, posso incorrer em erros gramaticais, e que peço, compreemdam ,porque o Português que aprendi já tem mais de 40 anos, mas não deixa de ser a lingua nacinal e que consta dos programas de ensino.Leio alguma coisa (nunca o que deveria -...e quem é que o faz?...)ouço rádio e vejo (felizmente pouca televisão).Porém o que ressalta da OBSERVAÇÃO MAIS OU MENOS ATENTA nestas incursões pelos orgãos de comunicação são as barbaridades, os autênticos assassínios na interpretação do língua de Camões. Afinal ainda um dos poucos monumentos à CADA VEZ MAIS DEPENDENTE INDEPENDÊNCIA NACIONAL. Para não falar do recente entrevista do nobel Saramago...


Numa altura em que comunicar nunca foi tão fácil, verifica-se que ainda há quem ouse fazer-se pelas próprias mãos, coisa que as faltas de vocação não aconselham...


É tempo, porque o tempo urge, não deixar que o próprio tempo se encarregue de apagar aquilo que ainda muitos são capazes de lembrar e de nos ensinar.PEDE-SE MAIS CUIDADO, MAIS RIGOR, MAIS SENTIDO PROFISSIONAL a quem tem a nobre reponsabilidade de tratar as palavras e a escrita, os verbos e as pontuações, as vírgulas e pontos finais, os sujeitos e os predicados...Afinal, a nossa língua é a maior referência da nossa universalidade.É certo que os tempos mudam, as mentalidades mudam, os métodos mudam...Mas se deixarmos que TUDO mude, como poderemos hoje por hoje, saber tratar -INTERPRETANDO PORTUGÛES- a Matemática, as Ciências, a Física e a Química ,afinal a essência de quem ,conscientemente, quer fazer de Portugal um País culto, respeitado, exigente, com voz nos palcos da globalidade ?...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A primeira noite ...

Alguém, um dia destes, me "acusou" de comer adjectivos às refeições, nas horas mortas de cada dia que vivo e, até, quando desejo e não consigo, dormir sem incomodar os outros, ressonando...
Esse alguém, será, o grande, o maior ou até o único cupado de estar envolvido nestas coisas de cibernáutica.Alguém, em tempos muito remotos e do qual guardo as melhores recordações, como grande mestre que era, me terá dado a entender que a escrita e até uma certa "verborreia na dialética" eram das poucas coisas boas que me circulavam no líquido vermelho que corre nas veias...
Gosto de me manifestar, escrevendo...
Creio que todos têm esse tipo de manifestações.E creio, também que, se há alguém"chato", maçudo e despropositado para os tempos que correm a fazê-lo, sou EU !!!!
Daí, "Delirando talvez", venha a propósito.
Fica o aviso àqueles que, principalmente por acaso, ousarem ler o que aqui irá acontecendo em termos de delírios escritos...
Apresentações, não faço.Caso contrário, teria e deveria conhecer-me primeiro.Traçar o meu perfil...
Mas, amigos meus, às vezes nem eu sei o que faço no meio destas guerrilhas terrenas, que a nada levam, antes pelo contrário...
Também não serei tão cruel ao ponto de dizer como o outro "... que nem sequer fui ouvido no acto de que nasci...", embora a realidade me surpreenda todos os dias porque descubro sobre mim próprio coisas sempre novas. Redescubro até, outras que, pensando bem, julgava já terem "morrido".
Por falar em dias, acho que nasci feliz, embora preocupado.O 1º de Abril é um dia como outro qualquer, mas marcou-me para sempre porque deu início a uma longa caminhada que, cada vez mais, a torna mais curta.E é e será um dia que, por especial, alguém se lembrou de chamar "DIA DAS MENTIRAS". Bem vistas as coisas, é um entre 365/366 onde as ditas (mentiras) abundam e com as quais já não conseguimos viver. Friamente, não acham, que até mentimos a nós próprios? Sejamos sinceros e aceitemos tudo isto , naturamente.
Esta é a minha primeira noite, aqui, neste espaço. Despido de muitos preconceitos, sem medo de qualquer contágio...Porque a noite é sempre uma boa conselheira, nada melhor que deixar parte dela para fazer aquilo que muito gosto, também, que é DORMIR. No entanto, peço que "Deus dê paciência àqules que ousarem e se atreverem a ler o que escrevo..."

domingo, 15 de julho de 2007