domingo, 30 de setembro de 2007

...NADA É ETERNO...

Tudo acaba! Porque começou! Mas raramente acaba como começa.Tudo tem o seu tempo, a sua vida. A sua história. Nem que seja a história dos outros, porque há matéria que tem uma vida sem ser vivida. Daí, só conseguir reflectir a vida dos outros...
Assim, digo-vos que o tal "espelho meu" se quebrou. Partiu-se em mil bocados, uns maiores, outros mais pequenos, outros nunca mais os vi temendo que possam vir a fazer-me falta...Outros ainda capazes de fazer o seu papel e reflectir o que lhes pomos à frente...dando-nos retratos dum quotidiano que, invariàvelmente, terá que passar à frente da "montra das vaidades".
Tenho outro espelho. Não posso passar sem ele. Ninguém, neste mundo de vaidosos, poderá passar sem eles. Habituámo-nos à sua companhia. Para o bem (que nos convém) , e para aquilo que é a nossa realidade.
Quando o "cumprimentei" pela primeira vez, nem me surpreendi com as imagens que o novo companheiro me transmitiu. É que , numa primeira apresentação, ELE, até poderia querer simpático, agradando-me . Não foi o caso. Quis ser ele próprio, cheio de personalidade, indeferente ao acolhimento que o novo dono lhe deu...
Mas também não me surpreendi com o que vi, do que já estava à espera. Porque ELE é um espelho novo, cheio de brilho.Sem arranhões, sem manchas.Transmite a realidade.
O que vi, continua a ser o acumular de imagens sempre repetidas, apesar da ajuda que este " novo amigo" possa querer dar-me , fazendo querer que são diferentes, ou não começassemos a ser mais cúmplices, mais coniventes, quase irresponsàvelmente criminosos...
Eu e ele, vivemos estados de espírito diferentes, vivemos tempo e tempos diferentes. Quem andou, não tem para andar, apesar de muito se tentar face aos "milagres" que muitos" milagreiros "querem demonstrar duma forma efémera que se derrete ao mais pequeno sopro dos "ventos que acompanham as mudanças".
Muitas vezes, vezes sem conta, também vemos aquilo que queremos, não aquilo que a nudez das inconveniências friamente nos demonstra.
Somos "palhaços" dum circo cheio de espelhos. Queremos até, ser artistas principais, protagonistas irresponsáveis dum espectáculo que também tem trapezistas, malabaristas, domadores de feras humanas, por vezes também irracionais, e em situações onde nos arriscamos a ser engolidos por olhares que não conhecem os espelhos deste mundo circense de que fazemos parte integrante. Daí as dúvidas pirarem sempre, perigasamente suspensas no ar carregado que respiramos..
-"Achas, espelho meu, que os teus irmãos gémeos, gastos ou não, estilhaçados em grandes ou pequenos bocados, pelas inúmeras visitas que recebem, são tão fieis aos donos, como tu és para mim?..."

terça-feira, 25 de setembro de 2007

...INTERVALO...

Há fases na vida de um homem em que é preciso parar, pensar, reflectir, recuar no tempo, recuperar fôlego e, acima de tudo, tentar ser cada vez mais aquilo a que nos propusemos : FIEIS A PRINCIPIOS QUE ABRAÇAMOS...
Hoje apetece-me pedir desculpa à minha consciência e, porque não, àqueles (pouquíssimos) que têm a coragem e a paciência de espreitar os desabafos dum caminhante no tempo, às vezes à procura do rumo certo-se o houver- e que encontra também neste espaço o escape de dias e dias menos conseguidos, dias vazios de quase tudo, agindo como um autómato.
( A esta hora está um certo" loucofeliz" a dizer: -Lá está o carcassudo a falar, a falar e a nada dizer!... Como quase sempre...)
Mas é a vida, rapaz, já me conheces , e ai de quem, neste mundo , nem sempre consegue deitar cá para fora o que lhe vai na alma! Até os artistas, os eruditos, os sábios. Aqueles que sabendo tudo são capazes de nada ensinar, por isso "anormais, infelizes, solitários, até incompreendidos..."
E, esta treta, a propósito de quê, afinal?
Tão sòmente porque nem um sopro de inspiração tem sido capaz de me iluminar para dizer qualquer coisa que se aproveite. É que, o dia a dia, está cheio de intervalos. Para dormir, para comer, para trabalhar, para ler, para estar calado, para falar, para ser feliz,e até infeliz, para rir, para chorar, para parar e, também para dizer-vos até já... porque, fazer um INTERVALO é preciso...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

...Quem quer atirar a primeira pedra?...

Também tenho o direito de emitir a minha opinião sobre a atitude de Scilari.
Cada cabeça cada sentença mas, haja algém que nunca tenha tido uma atitude irreflectida, mesmo a "quente "...
Todas as manifestações de violência física, são condenáveis e ,como quase toda a gente no seu perfeito juízo, eu também as condeno. Porém, outras atitudes de violência verbal ou psicológica, são capazes de provocar danos maiores, até irreversíveis, que aquilo que se viu no final do jogo frente à Sérvia, País recentemente fundado depois de período de transicçãoagitado e sobejamente conhecido de todos...
Todos os dias, quase sem nos darmos conta, somos agredidos verbalmente ou até de uma forma mais influente, como como as acções psicológicas através da massificação de notícias, discursos, conversas, entrevistas...
Scolari, tal como qualquer gentio, portou-se mal. Não é novidade, vimos e, ele próprio já reconheceu o seu erro. Pediu desculpas pùblicamente e até já foi perdoado pelo agredido. De inegável aglutinadir das massas em torno dum clube chamado "SELECÇÃO NACIONAL", onde teve o mérito de fazer reviver em nós a chama Lusitana e fazer sair à rua o maior símbolo da Nação como é a Bandeira Nacional. Tirou, também é verdade , à custa dum lote de jogadores de eleição, que escolheu também pelo seu carácter como homens, o nome do nosso país da mediania desportiva (em termos de selecção) para a ribalta do futebol mundial. Afinal, numa e noutra situações, Scolari é o mesmo homem...
Errou, e por isso tem que pagar! O preço, saber-se-à em breve.
E os outros ??? Os que diáriamente nos " agridem" com promessas, mentiras, faltas de respeito, provocações, excessos nas formas de chamar as coisas por nomes proibidos pelos diccionários da ética !
E está aqui a falar-se, também ,no panorama desportivo!
Agora, não vão faltar os "radicais e os moralistas" descer a terreiro, fazendo disso, até aproveitamento próprio, procurando que se esquecem situações que tardam em solucionar-se (se alguma vez terão solução) e que causam maior perplexidade que o acto irreflectido do seleccionador português ...
Scolari falhou. Não o devia ter feito, principalmente como condutor de homens que, curiosamente já lhe manifestaram a sua solidaridade , e já deram ao país tantas e tantas alegrias em situações vividas em situações adversas...
Vai sofrer as consequências, como certamente já estará à espera. Vai assumi-las, como já o disse. Está arrependido, como quase todos aqueles que prevaricam e que em dado momento tiveram actos irreflectidos.
E então, como diz o povo, o mesmo povo que ele fez sair à rua em manifestações de patriotismo e alegria, e que em algumas ou muitas vezes tem a memória curta, -:"Quando um "burro" dá um coice, é caso para se lhe cortar a pata???".

terça-feira, 11 de setembro de 2007

...Sinais dos tempos...Parte II

Longe vão os tempos em que, mesmo de madrugada e fruto de uma readaptação à vuida civil, causadora de certo tipo de insónias (ou trama pós-guerra, como queiram), era capaz de me passear, alta madrugada pelas ruas da minha cidade...

Ao tempo, as boas-noites eram dadas ao guarda-nocturno, dos poucos que , àquelas horas, também circulava pelos mesmos locais. Tranquilamente, sem nada temer, vagueava até o sono ou o cansaço começar a dar sinais para nova tentativa de recolha a "vale de lençóis". Anos 60, 70, por aí. Fosse a que horas fosse, pouco importava, já que, tinha a certeza, nada nem ninguém me importunava, excepto e pontualmente, um qualquer crente no "deus Baco" que andasse a cumprir fervorosa promessa...

Todos estes anos passados, nem à casa de banho vamos descansados num intervalo exigido pela necessidade " bexiguenta" de fazer "chi-chi"... Não vá acontecer termos de interromper um qualquer larápio nas suas ilícitas incursões, casa alheia, e na procura de lucros fáceis. É que já nem em nossa casa podemos estar sossegados.

Nos dias que correm, que vontade, que coragem haverá para sair à rua quando a noite dá lugar a mais um dia de trabalho e para quem o viveu honestamente???

Fazer comparações entre aqueles tempos e os de agora, provoca inevitàvelmente, um desfiar de situações que, todos sabemos, têm tendência em se agravar e onde quase ninguém ousa pôr um travão...

Entre os dois períodos, há acontecimentos marcantes e discutíveis, que influenciaram, para o bem e para o mal, toda a nossa sociedade. Os valores que nos norteam, são aqueles que normalmente trazemos do berço embora, depois tenhamos à nossa disposição a possibilidade de nunca os esquecermos, antes, até de os melhorar noutros aspectos mais materiais. Teremos, então, que viver com aquilo que temos ou que conseguimos conquistar dentro dos parâmetros que uma sociedade justa impõe aos seus cidadãos.

Não se pode nem deve "viver honestamente roubando" e impedir, quem quer que seja, de ser livre a qualquer hora do dia ou da noite , na rua, em casa, ou noutro qualquer lugar.

Tudo isto, e não é pouco, não terá a ver com hábitos que se adquirem, com a conjuntura socio-económico dum país que não soube adaptar-se às benesses duma integração que, pelos vistos, só foi boa para os outros e no aproveitamento que dela fizeram ?

Vive-se cima dos limites, a vida fácil tornou-se um hábito, as mentalidades não mudaram (antes pelo contrário), deixou-se fechar " as portas da felicidade" que poderiam (trouxeram para outros) trazer ventos de mudança e só originaram enormes "correntes de insegurança" . Agora, para quando uma solução que garanta, no mínimo, aquilo a que temos direito, sem sobressaltos, em paz, e capaz de nos pôr em pé de igualdade com os que , repete-se, de uma forma inteligente e honesta, fazem parte de sociedades onde os desiquilíbrios não são tão acentuados e onde se vai podendo trabalhar de dia e dormir sossegado até de noite???

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

...Gula, enriquecida com extractos de videira...

Perdoai-me, senhor!!!

O meu pedido de perdão, também, para alguém que bem me conhece e que acaba sempre por compreender o bem que faz "fugir" para um local onde só alguns são capazes de se sentir em paz com tudo, menos com aquilo que faz mal aos homens: comer muito e beber melhor.

Resisto o tempo que quiseres, aguento o regime imposto à mesa por questões de saúde, mas, uma vez por outra, esquece, porque os prazeres da vida são, também, motivo para me sentir feliz...

O que "nós" (eu e alguns maganos conhecidos faríamos sentados a uma mesa com coisas que a "cozinha" é capaz de confeccionar...

Eu, e fulano, e beltrano, ainda outro fulano e ainda outro cicrano faríamos, conversaríamos, comeríamos e beberíamos juntos por uma boa causa, num local onde, este ano repeti férias!!!...

Descobri um "tudo incluido" por um preço que não é, de forma alguma, proibitivo, numa região toda ela virada para a exploração e a pensar, quase exclusivamente no lucro fácil...(Que o diga um dos maganos que refiro acima).

Qual pecado da gula qual carapuça ! Uma vez por ano, pelo menos, devemos ir à desobriga. Haja o que houver, depois...

E não me venham cá com a treta de que faz mal. Mal é não experimentar. O caminho de ida e volta entre as "refeições" e um ligeiro " período de profundas reflexões" é feito, como convém, a pé e quase em linha recta, quando não, corre-se o risco de molhar os pés, e o resto, na piscina. Não há "brigadas" com balões para bufar. Balões, só os dos digestivos que têm sempre o saudável condão de , psicológicamente, ajudar a uma também saudável digestão. E, quanto mais rápida for, melhor, porque há sempre coisas boas à nossa espera...

É só uma "vezinha"por ano, Senhor! Perdoa-me e desentope-me as vielas que conduzem à grande veia...à chamada aorta...

Isto náo é fome nem sede. É só o desejo de fazer uma desintoxicação e matar os micróbios que nos afligem todo o ano. Porque há outro tipo de micóbios que são mais difíceis de exterminar... e, a nossa sociedade consumista é a grande culpada de eles vegetarem por todo o lado. E é para eles o meu "olhar" de desprezo...Nem sequer seriam capazes de viver num "tudo incluído"... e ainda bem !

As férias também dão para isto... e para acentuar ainda mais a mania que existe em nós de aceitar uma sociedade com "castas"(classes). Classe, temos nós (eu outros maganos ) em mandar às malvas as "chiquices" , o "não me toques que me desafinas". Afinal, um dia destes "vamos querer" e não "vamos poder"... portanto, aproveitemos agora antes que um qualques "AVC" nos paralise os desejos. E desejar é tão bom! É A MELHOR COISA DO MUNDO...