terça-feira, 24 de julho de 2007

..."Tou sim!!! ..."

No dias que correm,vamo-nos encontrando... Talvez menos que antigamente, sem que se saiba como será amanhã...
Os nossos encontros aconteciam quase sempre, em espaços iguais aos de antigamente, em situações quase semelhantes, porque , de permeio, havia um compasso de espera motivado por uma qualquer fila ou "bicha" (como é comum dizer-se cá para estes lados ) ou até por culpa dos sistemas, das burocracias, das máquinas, até do excesso de zelo de quem a atende ou provoca...Mas adiante, antes que me perca do objectivo principal deste desabafo. No entanto, não posso, curiosamente, deixar de agradecer a possibilidade que essas mesmas filas me proporcionam de poder conversar um pouco com este ou aquele, conhecido ou não. Falar de tudo ou de nada, de coisas com ou sem interesse, passadas ou actuais, como no caso desse amigo, de quem omito o nome, para que a história seja mais comum.
Cumprimentámo-nos, brincando sempre com um jogo de palavras, que reciprocamente aceitávamos, como forma de amenizar ambientes mais cinzentos, porque o sol da vida enconde-se muitas vezes entre as núvens das incertezas.Ia a conversa mais animada, merecedora até, de alguns olhares mais curiosos de quem nos rodeava, quando o tema foi, inopinadamente, interrompido pelo toque do seu telemóvel. Atendeu a chamada, desviou a atenção para assuntos mais sérios, e acabei por dar conta que chegara a minha vez de ser atendido na fila em questão, perdendo-se aí toda a possibilidade de reatar o diálogo, pior ainda, sem que nos despedíssemos como é de bom tom em pessoas civilizadas... O certo, e esta será o coisa mais importante de todas, ficou uma conversa a meio, assim se passou mais um dia de diálogo furtivo, inacabado,como, infelizmente,também acontece em muitos lados.
Já nos bastava a televisão em casa para dividir os membros da família quando se busca o progama preferido. Já nos basta a velocidade supersónica (vulgo stress) em que vivemos (?). Já nos sobram os problemas criados desde que o Euro fez parte do nossos dia-a-dia. A conjuntura. A guerra e a fome, as desigualdades sociais, a insegurança de pessoas e bens até dentro das nossas casa, surgindo agora essa invenção que tem tanto de útil como de alienante e que se dá ao" luxo" de ser um luxo na forma como é disputada nos seus mais sofisticados e variados modelos.Um simples (sê-lo-á ?) telemóvel, um pequeno e cada vez mais minúsculo aparelho, impede que as pessoas mantenham vivas a chama duma simples conversa. Mas, paradoxo dos paradoxos, cada vez se conversa menos, apesar de se telefonar cada vez mais (por telemóvel).
Onde está o calor duma conversa, dum diálogo pessoal, nem que seja numa fila de espera ? Onde pára o afecto dum cumprimento físico , onde se encontram as conversas , onde esse mesmo calor humano faz, muitas vezes nascer luz sobre os espíritos e aquieta os ânimos ?
Sinal dos tempos, claro.Mas também sinal de preocupaçao. É que, cada vez mais, CONVERSAR é preciso.


P.S.- Embora tenha telemóvel, mantenho-o guardado numa qualquer gaveta, em casa, desligado, porque ainda não me habituel à ideia. Prefiro falar " pelos cotovelos", olhar para quem falo, viver despreocupado, independente e CADA VEZ MENOS CONTROLADO. .. Porque cada vez estamos mais sós...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

...EU PECADOR...

...Por aquilo que, quase sempre, sem intenção, te fiz sofrer...


Perdoa-me, porque já o fizeste outras vezes... (afinal foi possível)...


Mas, se alguma mágoa te ficar, porque é natural alguma cicatriz restar,





Não me julgues mal, por favor


Julga-me sempre com o lado bom (que o tens) da tua consciência...


Julga-me, pesando, também, algumas coisas boas que te dei, por aquilo que fiz-porque faz parte dum compromisso eterno- e que, queiram ou não, serão eternamente nossas...


Sei que tens um coração enorme, sensível para muitas, para quase todas as coisas, às vezes demasiado sensível...


Perdoa-me, porque tenho sido um eterno arrependido...


Não tenho conseguido, embora o tenha sempre tentado, acabar de vez com algumas cinzas dum passado ao qual quase nem pertences. Para o qual nunca serias capaz de contribuir, porque és carinhosa, boa, receptiva, irradias paz , curiosamente as coisas mais importantes num mundo de guerras que travamos na procura de uma felicidade que merecemos...


Perdoa-me porque tens o dom, raro, de saber perdoar.


Perdoa-me e deixa que te aqueça a alma com o calor da fogueira que, em boa hora, acendemos...Porque não quero que se apague o calor dos momentos mágicos que vivemos, que também são a razão das nossas existências...


Já te vi chorar por culpa minha...Que remorsos sinto ainda...que traição ao pacto sagrado que selamos...


As tuas lágrimas afogam-me, porque mereço esse castigo. Porém, tens sempre uma bóia de salvação, de perdão, para me resgatar do turbilhão dessas culpas onde mergulho...


Como foi bom, reconheço-o sempre, teres-te cruzado no meu caminho.Um caminho que procurei como um louco desde o dia em que te vi. Graciosa, envergonhada da tua própria beleza, confiante, porém , no dia que te traria felicidade. A nossa felicidade... A felicidade que, creio inconscientemente, posso perder...


E tu lembras-te, tão bem, como eu desse dia...Porque ja falámos tantas vezes dele. Porque inesquecível! Porque foi o dia de todos os sentimentos...


E como há sentimentos tão dificeis de explicar...mesmo refugiando-me neste monólogo escrito que só pode servir como simples acto de contricção...

Que cobardia esta de querer dizer-te, desta forma, e não olhos nos olhos, lábios com lábios, que és o farol que orienta a minha vida.



És, afinal a alma gémea que o destino quis fosse a minha...

Perdoa, porque é sempre possível e tu , com ningém o sabes e podes fazer...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

...Assassinios...



Tenho resistido, quase heròicamente,à tentação de manifestar a repulsa, a estupefacção e, principalmente, triteza pela forma como o "Portugês-Língua portuguesa" é tratado à medida que os anos passam...



Lembro-me, e já lá vão algumas décadas, que a minha grande paixão enquanto adolescente/estudante era atingir o professorado.Sempre gostei de História, de Geografia, de Português.Mas como ninguém se faz por si próprio, e se se quiser, ninguém chega onde quer ,sem muito trabalho e dedicação às causas, para não falar na questão económica, fiquei-me pelo Curso Geral do Comércio.Talvez se tenha perdido uma grande vocação.Os sonhos de estudante ficaram-se por esse curso que, bem vistas as coisas e desde que bem aproveitado se assemelhava a uma pequena enciclopédia.Aprendia-se, garanto, as bases de algumas matérias que, por bastante sólidas permitiam uma visão ampla e culta, proporcionando enorme confiança para encarar , sem receios o mundo do trabalho.Foi esse o estatuto que consegui e com ele fica a enorme, até a eterna gratidão por tido "ao meu serviço" PROFESSORES para cuja definição todos os encómios são poucos.Passadas essas décadas, repito, ainda sei o nome de quase todos, relembro os seu gestos e as formas de ser, guardo ainda os seus conselhos e ensinamentos, porque sempre sábios e paternais.Atrevo-me até, dizendo, que, se sou o que sou, a eles o devo em grande parte. Nesta resistência que mantenho para extravasar os sentimentos que ora manifesto, posso incorrer em erros gramaticais, e que peço, compreemdam ,porque o Português que aprendi já tem mais de 40 anos, mas não deixa de ser a lingua nacinal e que consta dos programas de ensino.Leio alguma coisa (nunca o que deveria -...e quem é que o faz?...)ouço rádio e vejo (felizmente pouca televisão).Porém o que ressalta da OBSERVAÇÃO MAIS OU MENOS ATENTA nestas incursões pelos orgãos de comunicação são as barbaridades, os autênticos assassínios na interpretação do língua de Camões. Afinal ainda um dos poucos monumentos à CADA VEZ MAIS DEPENDENTE INDEPENDÊNCIA NACIONAL. Para não falar do recente entrevista do nobel Saramago...


Numa altura em que comunicar nunca foi tão fácil, verifica-se que ainda há quem ouse fazer-se pelas próprias mãos, coisa que as faltas de vocação não aconselham...


É tempo, porque o tempo urge, não deixar que o próprio tempo se encarregue de apagar aquilo que ainda muitos são capazes de lembrar e de nos ensinar.PEDE-SE MAIS CUIDADO, MAIS RIGOR, MAIS SENTIDO PROFISSIONAL a quem tem a nobre reponsabilidade de tratar as palavras e a escrita, os verbos e as pontuações, as vírgulas e pontos finais, os sujeitos e os predicados...Afinal, a nossa língua é a maior referência da nossa universalidade.É certo que os tempos mudam, as mentalidades mudam, os métodos mudam...Mas se deixarmos que TUDO mude, como poderemos hoje por hoje, saber tratar -INTERPRETANDO PORTUGÛES- a Matemática, as Ciências, a Física e a Química ,afinal a essência de quem ,conscientemente, quer fazer de Portugal um País culto, respeitado, exigente, com voz nos palcos da globalidade ?...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A primeira noite ...

Alguém, um dia destes, me "acusou" de comer adjectivos às refeições, nas horas mortas de cada dia que vivo e, até, quando desejo e não consigo, dormir sem incomodar os outros, ressonando...
Esse alguém, será, o grande, o maior ou até o único cupado de estar envolvido nestas coisas de cibernáutica.Alguém, em tempos muito remotos e do qual guardo as melhores recordações, como grande mestre que era, me terá dado a entender que a escrita e até uma certa "verborreia na dialética" eram das poucas coisas boas que me circulavam no líquido vermelho que corre nas veias...
Gosto de me manifestar, escrevendo...
Creio que todos têm esse tipo de manifestações.E creio, também que, se há alguém"chato", maçudo e despropositado para os tempos que correm a fazê-lo, sou EU !!!!
Daí, "Delirando talvez", venha a propósito.
Fica o aviso àqueles que, principalmente por acaso, ousarem ler o que aqui irá acontecendo em termos de delírios escritos...
Apresentações, não faço.Caso contrário, teria e deveria conhecer-me primeiro.Traçar o meu perfil...
Mas, amigos meus, às vezes nem eu sei o que faço no meio destas guerrilhas terrenas, que a nada levam, antes pelo contrário...
Também não serei tão cruel ao ponto de dizer como o outro "... que nem sequer fui ouvido no acto de que nasci...", embora a realidade me surpreenda todos os dias porque descubro sobre mim próprio coisas sempre novas. Redescubro até, outras que, pensando bem, julgava já terem "morrido".
Por falar em dias, acho que nasci feliz, embora preocupado.O 1º de Abril é um dia como outro qualquer, mas marcou-me para sempre porque deu início a uma longa caminhada que, cada vez mais, a torna mais curta.E é e será um dia que, por especial, alguém se lembrou de chamar "DIA DAS MENTIRAS". Bem vistas as coisas, é um entre 365/366 onde as ditas (mentiras) abundam e com as quais já não conseguimos viver. Friamente, não acham, que até mentimos a nós próprios? Sejamos sinceros e aceitemos tudo isto , naturamente.
Esta é a minha primeira noite, aqui, neste espaço. Despido de muitos preconceitos, sem medo de qualquer contágio...Porque a noite é sempre uma boa conselheira, nada melhor que deixar parte dela para fazer aquilo que muito gosto, também, que é DORMIR. No entanto, peço que "Deus dê paciência àqules que ousarem e se atreverem a ler o que escrevo..."

domingo, 15 de julho de 2007