terça-feira, 16 de outubro de 2007

.."ELES NÃO SABEM NEM SONHAM..."

Em 25 anos muitas coisas acontecem na vida de qualquer pessoa.

Coisas há que marcam os nossos sentimentos, ao contrário, coisas houve que se varreram das nossas memórias. Ou por pouco importantes ou, e isso é indesculpável, porque delas nos esquecemos.

Adriano Correia de Oliveira morreu há um quarto de século. Outubro de 1982, dia 16.

Aprendi a respeitá-lo , a admirá-lo , e, principalmente , a tentar compreender sempre a sua menságem, vários anos antes. Em 1969 e 1970. Em África, Moçambique mais concretamente. Guerra colonial no seu auge. Já com ventos de mudança a soprarem quase de uma forma indelével...porque Adriano era ouvido, em silêncio, em recolhimento profundo, por uma geração que , quase sem saber como, era atirada para uma" luta " que só poderia ter um "vencedor": -A LIBERDADE !!!

A liberdade que também nós queríamos ....a liberdade de "ter sempre o mundo na mão"...

A liberdade que nunca deixou de ser nossa porque " não há machado que corte a raiz ao pensamento"...

Adriano e os outros-Zé Afonso, Padre Fanhais, Duarte e Ciriaco, Manuel Alegre, Manuel Freire, Vitorino, Zé Mário Branco e tantos outros que também, e à sucapa, ouvíamos nas casernas perdidas duma terra que "ficava do outro lado do mar". A terra de onde "muitos soldadinhos não voltaram" , e que hoje, como eu, prestariam uma singela , mas muito sentida homenagem ao trovador " das trovas do vento que passa"...

Ontem como hoje , amanhã mais que nunca , Adriano Correia de Oliveira, e as lembranças desse inesquecível antigamente , fará parte das vidas de quem NÃO DESEJA " que outros comam tudo e não deixem nada "...

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